INVERTEBRADOS EDÁFICOS EM SÍTIOS DE TERRA PRETA DE ÍNDIO E SOLOS ADJACENTES NA AMAZÔNIA CENTRAL
Conteúdo do artigo principal
Resumo
A terra preta de índio (TPI) é uma unidade de solo de origem antrópica, existente na Amazônia. A maior parte das informações disponíveis sobre este sistema é de cunho geológico, pedológico e antropológico. Das duas hipóteses sobre sua formação, a mais aceita é sua origem antropogênica: seus atributos de fertilidade seriam resultantes da acumulação de resíduos orgânicos domésticos em torno dos assentamentos indígenas. A alternativa considera a possibilidade de origem natural: neste caso, condições favoráveis de fertilidade destes sítios teriam atraído os assentamentos indígenas. Foram coletadas amostras em quatro profundidades: 0-5 cm; 5-10 cm; 10-15 cm e 15-20 cm, em 5 pontos, em dois sítios de TPI (TPI 1 - intacto ou pouco perturbado e TPI 2 - convertido em monocultura de mamoal) e no Latossolo de uma floresta Adjacente, no Município de Iranduba – Costa do Açutuba, durante a estação seca (setembro/2003), perfazendo 60 unidades de amostra. O Solo Adjacente apresentou maior número de grupos taxonômicos (20), seguido do sítio TPI 1 (14) e TPI 2 (10). Quanto à densidade populacional de invertebrados, o sítio TPI 1 teve a maior população (100.254 ind./m2), seguido do Adjacente (79.368 ind./m2) e do TPI 2 (41.365 ind./m2). Em conclusão independente do tipo de solo e de seu uso é importante que sua cobertura vegetal seja preservada pelo menos ao nível de sub-bosque, para manter a cobertura de matéria orgânica responsável pela manutenção dos processos biológico reguladores do sistema. Não basta ser um solo rico. É necessário possuir cobertura vegetal bastante diversificada.
Detalhes do artigo
Referências
ANTONY, L. M. K. 1997. Abundância e distribuição vertical da fauna do solo de ecossistemas
amazônicos naturais e modificados. In: HIGUCHI, N.; Ferraz, J.B.S; ANTONY, L.M.K.; LUIZÃO, F.; LUIZÃO,
R. Biot, Y. (Org.) Biomassa e Nutrientes Florestais. Projeto BIONTE. MCT-INPA, DFID. Manaus. p. 249-
ANTONY, L. M. K. 2002. The soil mites of anthropogenic dark earth sites in Manacapuru County. In:
XI International Congress of Acarology, Merida, 8-13 September, 2002. Abstract published in
Abstract Book, p. 146.
ANTONY, L. M. K.; ROY, V. 2002. Invertebrados do solo de terra preta arqueológica no Município de
Manacapuru, Amazonas, Brasil. In: 19 Congresso Brasileiro Entomologia, Manaus, 16-21 junho de
Resumos. Sociedade Entomológica do Brasil, v. único, p. 179.
Antony, L. M. K. ; Roy, V. M. A. 2004. Invertebrados como indicadores de conservação do solo no
sistema “Terra preta de índio”. In: Fertbio , Lages, (Resumo expandido). CD-ROM
BORROR, D. J.; DELONG, D. M.; TRIPLEHORN, C. A. 1976. An introduction to the study of insects.
th edition. Holt, Rinehart and Winston. 852 pp.
COSTA, M. L.; KERN, D. C. 1999. Geochemical Signatures of Archaeological Sites with Black Earth Soils
in Amazon Region. Journal of Geochemical Exploration 66: 369-385.
DINDAL, D. L. 1990. Soil Biology Guide. John Wiley & Sons.1349 pp.
GUÉRIN, J. 1953. Coleópteros do Brasil. Editado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da
USP, São Paulo. 356 pp.
KERN, D. C. 1988. Caracterização Pedológica de Solos com Terra Preta Aqueológica na Região
de Oriximiná, Pará. Porto Alegre, Faculdade de Agronomia, UFRGS. Tese de Mestrado. 232 pp.
KERN, D. C. 1996. Geoquímica e pedogeoquímica de sítios arqueológicos com Terra Preta na
Floresta Nacional de Caxiuanã (Portel-Pará). Tese (Doutorado em Geoquímica), Curso de pósgraduação em Petrologia e geoquímica, UFPA, Belém.
KERN, D. C.; KAMPF, N. 1989. Antigos assentamentos indígenas na formação de solos com Terra
Preta Arqueológica na região de Oriximiná, Pará. Revista Brasileira Ciência do Solo, 13:219-225.
LEHMANN, J.; KERN, D. C.; GLASER, B.; WOODS, W. I. (ed.) 2003. Amazonian Dark Earths: Origins,
Properties, Management. Netherlands, Kluwer Academic Publishers. 505 pp.
LIMA, H. N. 2001 Gênese, Química e Micromorfologia de Solos da Amazônia Ocidental.. Tese de
Doutorado. 176 pp. Minas Gerais, Universidade Federal de Viçosa.
MAJOR, J.; DITOMMASO, A.; GERMAN, L.; MCCANN, J. M. 2003 Weed population dynamics
and management on Amazonian dark earth. In: J. Lehmann; D. C. Kern; B. Glaser; W. I. Woods (Eds.) Amazonian Dark Earths: Origins, Properties, Management., Kluwer Academic
Publishers.p.433-454
SALES, R. S; ANTONY, L. M. M. K. d’A.; VILHENA, J. M. S. 2007 Biodiversidade e dinâmica da macrofauna
edáfica da terra preta de índio em sítios da Amazônia Central. In: XVI Jornada de Iniciação Científica,
Manaus, 24-27 de julho de 2007. p. 97-98.
Senra, T.V; Antony, L. M. K. 2004. Biodiversidade de invertebrados dos solos de terra preta de índio na
Amazônia Central. In: XIII Jornada de Iniciação Científica, Manaus, p. 173-174.
SOMBROEK, W. G. 1966. Amazon Soils. A Reconnaissance of the Soils of the Brazilian Amazon Region.
In: Centre for Agricultural Publications and Documentations (Editor), Dissertation, vol. 672,
Onderzoekingen Verslagen van Landvouwkundige, Wageningen, pp. 12-25; 50 - 57; 120 - 125; 158
-169; 174 - 191; 220 - 283.
WOODS, W. I.; MC CANN, J. M. 1999. The Anthropogenic Origin and Persistence of Amazonian Dark
Earths. Yearbook, Conference of Latin Americanist Geographers, vol. 25, pp7-14.