TESTANDO O ETNOCONHECIMENTO verificação da propagação vegetativa em pupunha em duas comunidades caboclas na Amazônia Central com marcadores moleculares
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Resumo
Embora a pupunha possa ser propagada de duas formas, por via seminal ou por via vegetativa, na prática a propagação é quase exclusivamente por sementes. A abundância de relatos entre populações tradicio- nais sugere, entretanto, que a propagação vegetativa foi usada ocasionalmente, e ainda hoje os povos tradicionais afirmam praticar esta técnica. Em face dessas observações antagônicas, decidiu-se confirmar a veracidade das declarações dos agricultores de duas comunidades caboclas da Amazônia Central com o estudo do DNA usando a técnica molecular RAPD (polimorfismo de DNA amplificado ao acaso). Nessa análise quinze amostras de pupunha foram coletadas junto a quatro produtores do Estado de Amazonas, sendo quatro amostras de dois sítios do Ramal Nova Esperança, Manacapuru e onze amostras de dois sítios da Estrada de Autazes. Os quatro iniciadores geraram 48 produtos de amplificação úteis (bandas), com uma média de 12 bandas por iniciador. As similaridades de Jaccard mostrou um valor de 0,808. O dendrograma baseado nas similaridades de Jaccard e Distância Genética de Nei mostraram dois grandes grupos. Esses grupos se dispuseram a uma distância de 0.55, que é uma distância esperada entre espécies diferentes e não entre raças dentro de uma espécie. Os demais indivíduos formaram subgrupos sem apre- sentar ordem aparente.
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